jbpsverdade: Jesus antes de se entregar em sacrifício por nossos pecados, dirige esta oração a Deus Pai por Seus apóstolos (Igreja)...
"Por eles é que eu rogo. Não rogo pelo mundo, mas por aqueles que me deste, porque são teus. Já não estou no mundo, mas eles estão ainda no mundo; eu, porém, vou para junto de ti. Pai santo, guarda-os em teu nome, que me encarregaste de fazer conhecer, a fim de que sejam um como nós. Mas, agora, vou para junto de ti. Dirijo-te esta oração enquanto estou no mundo para que eles tenham a plenitude da minha alegria. Dei-lhes a tua palavra, mas o mundo os odeia, porque eles não são do mundo, como também eu não sou do mundo. Não peço que os tires do mundo, mas sim que os preserves do mal. Eles não são do mundo, como também eu não sou do mundo." (conf. São João 17)
São Tiago também escreve o seguinte:
"Adúlteros, não sabeis que o amor do mundo é abominado por Deus? Todo aquele que quer ser amigo do mundo constitui-se inimigo de Deus." (São Tiago 4, 4)
O que está acontecendo com a Igreja? O Papa pede que tenhamos mais amizade com o mundo? Está indo contra as Escrituras.
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Esta manhã (sábado) ocorreu a abertura do Sínodo da Sinodalidade, que terminará em Roma em outubro de 2023.
Em seu discurso inaugural, Francisco assegurou que o Sínodo “não é um parlamento, que o Sínodo não é um levantamento de opiniões; o Sínodo é um momento eclesial, e o protagonista do Sínodo é o Espírito Santo. Se o Espírito não estiver presente, não haverá Sínodo”.
“Somos chamados à unidade, à comunhão, à fraternidade que nasce do sentimento de amor divino, que é único. Todos, sem distinções, e em particular nós Pastores”, destacou.
«Se não se cultiva uma práxis eclesial que expresse a sinodalidade de maneira concreta em cada etapa do caminho e do trabalho, promovendo o envolvimento real de cada um, a comunhão e a missão correm o risco de permanecer como termos um tanto abstratos», alertou. Pontífice.
“Se faltar uma participação real de todo o Povo de Deus, os discursos de comunhão correm o risco de ficarem intenções piedosas. Fizemos avanços neste sentido, mas ainda é difícil para nós, e somos obrigados a notar o desconforto e o sofrimento de muitos agentes pastorais, das organizações de participação das dioceses e paróquias, e das mulheres, que muitas vezes continuam a ser. deixado para trás. margem. A participação de todos é um compromisso eclesial inalienável! Todos os baptizados, esta é a carteira de identidade: Baptismo”, afirmou Sua Santidade.
Francisco alertou para os três riscos do sínodo: formalismo, intelectualismo e imobilidade. “Um Sínodo pode ser reduzido a um acontecimento extraordinário, mas com uma fachada, como se estivéssemos olhando a bela fachada de uma igreja, mas sem nunca entrar”, disse o Pontífice.
Às vezes, “há um certo elitismo na ordem sacerdotal que a separa dos leigos; e o padre no final se torna o 'dono do espetáculo' e não o pastor de uma Igreja inteira que segue em frente”, disse.
Intelectualismo, “isto é, abstração; a realidade vai para um lado e nós, com as nossas reflexões, vamos para outro”, converte o Sínodo “numa espécie de grupo de estudos, com intervenções educadas mas abstratas sobre os problemas da Igreja e os males do mundo”.
Referiu-se também à imobilidade: É melhor não mudar, pois “sempre se fez assim” (Exortação Apostólica Evangelii gaudium, 33) - esta palavra é um veneno na vida da Igreja, “sempre foi feito desta forma.”-. Quem se desloca neste horizonte, mesmo sem se dar conta, cai no erro de não levar a sério o tempo em que vivemos.
“Quanto precisamos da oração de adoração hoje! Muitos perderam não só o costume, mas também a noção do que significa adorar”, advertiu o Papa mais tarde.
“Voltemos sempre ao estilo de Deus, o estilo de Deus é proximidade, compaixão e ternura. Deus sempre agiu assim. Se não nos tornarmos esta Igreja de proximidade com atitudes de compaixão e ternura, não seremos Igreja do Senhor”, assegurou o Santo Padre.
“E isso não só com palavras, mas com presença, para que se estabeleçam maiores laços de amizade com a sociedade e com o mundo”, continuou.
"Venha, Espírito Santo. Tu que ergues novas linguagens e põe nos lábios palavras de vida, salva-nos de nos tornarmos Igreja-museu, bela mas muda, com muito passado e pouco futuro. Venham ao nosso meio, para que na experiência sinodal não nos deixemos dominar pelo desencanto, não diluamos a profecia, não acabemos reduzindo tudo a discussões estéreis. Venha, Espírito Santo de amor, faça ouvir nossos corações. Venha, Espírito de santidade, renove o santo e fiel Povo de Deus. Venha, Espírito criativo, renove a face da terra. Amém”, concluiu o Papa.
Oferecemos-lhe as palavras do Papa, publicadas em espanhol pela Sala de Imprensa da Santa Sé:
Queridos irmãos e irmãs:
Obrigado por estar aqui na abertura do Sínodo. Eles vieram por muitos caminhos e de muitas Igrejas, cada uma trazendo dúvidas e esperanças em seus corações, e tenho certeza que o Espírito nos guiará e nos dará a graça de seguirmos em frente juntos, de ouvirmos uns aos outros e de começar um discernimento em nosso tempo, sendo solidários com os esforços e desejos da humanidade. Reitero que o Sínodo não é um parlamento, que o Sínodo não é um levantamento de opiniões; o Sínodo é um momento eclesial, e o protagonista do Sínodo é o Espírito Santo. Se o Espírito não estiver presente, não haverá Sínodo.
Vivamos este Sínodo no espírito da oração que Jesus com veemência elevou ao Pai para si: "Que todos sejam um" (Jo 17, 21). Somos chamados à unidade, à comunhão, à fraternidade que nasce do sentimento do amor divino, que é único. Todos, indistintamente, e em particular nós Pastores, como escreveu São Cipriano: «Devemos manter e defender firmemente esta unidade, especialmente os bispos, que são os que presidem à Igreja, para provar que o mesmo episcopado também o é um e indiviso” (De Ecclesiae catholicae unitate, 5). Por isso, caminhamos juntos no único Povo de Deus, para experimentar uma Igreja que acolhe e vive o dom da unidade e que se abre à voz do Espírito.
As palavras-chave do Sínodo são três: comunhão, participação e missão. Comunhão e missão são expressões teológicas que designam o mistério da Igreja, e é bom que as lembremos. O Concílio Vaticano II especificou que a comunhão exprime a própria natureza da Igreja e, ao mesmo tempo, afirmou que a Igreja recebeu “a missão de anunciar o reino de Cristo e de Deus e estabelecê-lo em todos os povos, e se constituir na terra, é o germe e o início desse reino” (Lumen gentium, 5). A Igreja, através destas duas palavras, contempla e imita a vida da Santíssima Trindade, mistério de comunhão ad intra e fonte de missão ad extra. Depois de um tempo de reflexões doutrinais, teológicas e pastorais que caracterizaram a recepção do Vaticano II, São Paulo VI quis condensar precisamente nestas duas palavras - comunhão e missão - «as linhas mestras enunciadas pelo Concílio». Comemorando a abertura, afirmou com efeito que as linhas gerais foram “comunhão, isto é, coesão e plenitude interior, na graça, verdade e colaboração [...], e missão, que é o compromisso apostólico para com o mundo contemporâneo” (Angelus , 11 de outubro de 1970), que não é proselitismo.
Encerrando o Sínodo de 1985 - vinte anos após a conclusão da Assembleia conciliar - São João Paulo II também quis reafirmar que a natureza da Igreja é koinonia; dela surge a missão de ser sinal da união íntima da família humana com Deus. E acrescentou: “É extremamente conveniente que sejam celebrados Sínodos ordinários na Igreja e, se necessário, também extraordinários”. Estes, para serem frutíferos, devem ser bem preparados; “É necessário que as Igrejas locais trabalhem na sua preparação com a participação de todos” (Discurso de encerramento da II Assembleia Extraordinária do Sínodo dos Bispos, 7 de dezembro de 1985). Esta é a terceira palavra, participação. Se não se cultiva uma práxis eclesial que expresse a sinodalidade de maneira concreta a cada passo do caminho e do agir, promovendo o envolvimento real de cada um, a comunhão e a missão correm o risco de permanecer como termos algo abstratos. Gostaria de dizer que celebrar um Sínodo é sempre belo e importante, mas é realmente benéfico se se tornar uma expressão viva de ser Igreja, de um ato caracterizado pela participação autêntica.
E isso não se deve a exigências de estilo, mas de fé. A participação é um requisito da fé batismal. Como afirma o apóstolo Paulo, “todos fomos batizados no mesmo Espírito para formar um só corpo” (1 Cor 12,13). No corpo eclesial, o único ponto de partida, e não pode ser outro, é o Baptismo, nossa fonte de vida, do qual deriva uma dignidade idêntica de filhos de Deus, também na diferença de ministérios e carismas. Por isso, todos somos chamados a participar na vida e na missão da Igreja. Se não houver uma participação real de todo o Povo de Deus, os discursos sobre a comunhão correm o risco de permanecer intenções piedosas. Fizemos progressos neste sentido, mas ainda é difícil para nós, e somos obrigados a notar o desconforto e o sofrimento de muitos agentes pastorais, dos órgãos participativos das dioceses e paróquias, e das mulheres, que muitas vezes ficam à margem. A participação de todos é um compromisso eclesial inalienável! Todos os batizados, esta é a carteira de identidade: Batismo.
O Sínodo, embora nos ofereça uma grande oportunidade de conversão pastoral em chave missionária e também ecumênica, não está isento de riscos. Eu listo três deles. O primeiro é o formalismo. Um Sínodo pode ser reduzido a um acontecimento extraordinário, mas com uma fachada, como se estivéssemos olhando a bela fachada de uma igreja, mas sem nunca entrar. Pelo contrário, o Sínodo é um caminho de discernimento espiritual eficaz, que não nos comprometemos a dar uma bela imagem de nós mesmos, mas a colaborar melhor com a obra de Deus na história. Portanto, se falamos de Igreja Sinodal, não podemos nos contentar com a forma, mas precisamos da substância, dos instrumentos e das estruturas que favorecem o diálogo e a interação no Povo de Deus, especialmente entre sacerdotes e leigos. Por que estou sublinhando isso? Porque às vezes há um certo elitismo na ordem sacerdotal que a separa dos leigos; e o padre no final se torna o "dono do espetáculo" e não o pastor de uma Igreja inteira que segue em frente. Isso exige que transformemos certas visões de cima para baixo, distorcidas e parciais da Igreja, do ministério sacerdotal, do papel dos leigos, das responsabilidades eclesiais, dos papéis governamentais, entre outras.
Um segundo risco é o intelectualismo - isto é, abstração; a realidade vai para um lado e nós, com as nossas reflexões, vamos para o outro - para fazer do Sínodo uma espécie de grupo de estudos, com intervenções educadas mas abstratas sobre os problemas da Igreja e os males do mundo; uma espécie de "falar só para falar", onde se atua de forma superficial e mundana, acabando caindo nas habituais e estéreis classificações ideológicas e partidárias, afastando-se da realidade do Santo Povo de Deus e da vida concreta das comunidades espalhadas pelo mundo.
Finalmente, pode surgir a tentação de imobilidade. É melhor não mudar, pois "sempre foi assim feito" (Exortação Apostólica Evangelii Gaudium, 33) - esta palavra é um veneno na vida da Igreja, "sempre foi feito assim" -. Quem se desloca neste horizonte, mesmo sem se dar conta, cai no erro de não levar a sério o tempo em que vivemos. O risco é que, no final, velhas soluções sejam adotadas para novos problemas; um pedaço de pano novo, que por isso provoca um rasgo maior (cf. Mt 9,16). Por isso, é importante que o caminho sinodal seja realmente único, que seja um processo contínuo; que envolve —em diversas fases e a partir de baixo— as Igrejas locais, em um trabalho apaixonado e encarnado, que imprime um estilo de comunhão e de participação marcado pela missão.
Portanto, vivamos este momento de encontro, escuta e reflexão como um tempo de graça, irmãos e irmãs, um tempo de graça que, na alegria do Evangelho, nos permite agarrar pelo menos três oportunidades. O primeiro é avançar não ocasionalmente, mas estruturalmente em direção a uma Igreja sinodal; um local aberto, onde todos se sintam em casa e possam participar. O Sínodo oferece-nos também a oportunidade de ser Igreja da escuta, de fazer uma pausa nas nossas ocupações, de refrear os nossos anseios pastorais e de parar para ouvir. Ouça o Espírito em adoração e oração. Quanto precisamos da oração de adoração hoje! Muitos perderam não apenas o hábito, mas também a noção do que significa adorar. Escutem os irmãos e irmãs sobre as esperanças e as crises de fé nas diferentes partes do mundo, as urgências de renovação da vida pastoral e os sinais que vêm das realidades locais. Por fim, temos a oportunidade de ser uma Igreja de proximidade. Vamos sempre voltar ao estilo de Deus, o estilo de Deus é proximidade, compaixão e ternura. Deus sempre agiu assim. Se não nos tornarmos esta Igreja de proximidade com atitudes de compaixão e ternura, não seremos Igreja do Senhor. E isso não só com palavras, mas com presença, para que se estabeleçam maiores laços de amizade com a sociedade e com o mundo. Uma Igreja que não se afasta da vida, mas se encarrega das fragilidades e pobrezas do nosso tempo, curando feridas e curando corações partidos com o bálsamo de Deus. Não esqueçamos o estilo de Deus que deve nos ajudar: proximidade, compaixão e ternura.
Caros irmãos e irmãs, que este Sínodo seja um tempo habitado pelo Espírito. Porque precisamos do Espírito, o sopro sempre novo de Deus, que liberta de todo fechamento, revive o que está morto, desata as correntes e espalha alegria. O Espírito Santo é Aquele que nos guia para onde Deus quer que cheguemos, e não para onde nossas idéias e gostos pessoais nos levarão. Padre Congar, de santa memória, recordou: “Não é necessário construir outra Igreja, mas, em certo sentido, deve-se construir uma Igreja diferente” (Verdadeira e falsa reforma na Igreja, Madrid 2014, 213). E isso é um desafio. Por uma “Igreja diferente”, aberta à novidade que Deus lhe quer indicar, invoquemos o Espírito com mais força e frequência, e estejamos preparados para ouvi-lo com humildade, caminhando juntos, assim como Ele - criador da comunhão e da missão - deseja, isto é, com docilidade e coragem.
Venha, Espírito Santo. Tu que ergues novas linguagens e põe nos lábios palavras de vida, salva-nos de nos tornarmos Igreja-museu, bela mas muda, com muito passado e pouco futuro. Venham ao nosso meio, para que na experiência sinodal não nos deixemos dominar pelo desencanto, não diluamos a profecia, não acabemos reduzindo tudo a discussões estéreis. Venha, Espírito Santo de amor, faça ouvir nossos corações. Venha, Espírito de santidade, renove o santo e fiel Povo de Deus. Venha, Espírito criativo, renove a face da terra.
Fonte - infovaticana
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