Satanás inflige sutilmente aos possessos a dissipação do inferno, sobretudo enchendo de desespero as suas mentes. Eles se sentem num caminho sem volta, pois o inimigo lhes sussurra aos ouvidos uma e outra vez: “Não há esperança para você”.
O breve texto a seguir não é de autoria do Padre Paulo Ricardo; foi escrito pelo Monsenhor Stephen Rossetti, que exerce a função de exorcista na Arquidiocese de Washington, capital dos Estados Unidos. A tradução para a língua portuguesa é de nossa equipe.
Ao tomar posse de alguém, já se sabe qual será a “principal” ocupação de Satanás: os demônios torturam as pessoas. Podem até abusar delas sexualmente [i]. Queimam-lhes os corpos com cruzes invertidas, deixam neles arranhões, marcas de ferro etc. Felizmente, Deus não lhes permite matar ou mutilar diretamente. Em todo o caso, as torturas físicas não são a parte mais difícil ou perigosa da batalha espiritual.
Às mentes aflitas Satanás inflige sutilmente a dissipação do inferno; de modo mais notável, enchendo-as de desespero. Elas se sentem num caminho sem volta, pois o inimigo lhes sussurra aos ouvidos uma e outra vez: “Não há esperança para você”; “Deus não se importa”; “seus sofrimentos nunca terão fim”; “você está condenado ao inferno”. O desespero é uma das armas mais perigosas de Satanás.
É também um dos maiores sofrimentos do inferno e do próprio diabo. Um desespero irremediável. Numa visão, a Irmã Faustina o enumera entre as sete grandes aflições dos condenados, cujo desespero nunca se converterá em esperança.
Ao exorcista cabe entrar um pouco no mundo dos que estão a seus cuidados, principalmente em casos difíceis. Diante de um possesso severo, o exorcista é cercado por centenas de demônios e fica cara a cara com um dos príncipes do inferno. Tentamos tomar cuidado, mas invariavelmente parte do “fedor” do inferno acaba “pregando-se à roupa”. Essa semana, vi-me cercado de muita desesperança trazida por almas aflitas [ii]. É desgastante aproximar-se de tanto desespero.
No caminho rumo à liberação, a desesperança pode ser o maior empecilho para os possessos, convencidos como estão de que nunca serão livres nem farão qualquer progresso. Eles trazem a mente engolfada num poço profundo. Entretanto, sessão após sessão, nós os encorajamos e apoiamos, por eles torcemos e rezamos.
Quando olho ao redor, vejo no mundo os mesmos sinais do inferno. À medida que a fé desaparece, espalha-se o desespero do inferno. Vejo uma terra devastada pelo desespero. Homens a clamar por posses, poder e posição; paixões inflamadas… tanto ódio e violência! Por trás de tudo, uma desesperança generalizada a servir-lhe de alimento.
Dizem que é raro ser possuído. Não tenho lá tanta certeza disso.
Fonte - padrepauloricardo
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