Após a morte de S.S. Pio XII em 1958 todos esperavam que o sucessor
seria um papa sem muita relevância e que apenas cumpriria um pontificado
"tampão", afinal, o Cardeal Angelo Roncalli era apenas um idoso de 77
anos sem grandes pretensões aparentes. A primeira surpresa de seu
pontificado foi o nome escolhido por Roncalli, João XXIII, o mesmo nome
do anti papa que havia fugido do Concílio de Constança e que acabou
sendo deposto por este mesmo concílio. Pouco mais de dois meses após a
eleição de João XXIII, Sua Santidade em um anúncio que surpreendeu todo o
mundo, diz estar amadurecendo a ideia de um novo concílio ecumênico na
Igreja. Muitos relatos afirmam que essa ideia já estava sendo pensada
por Roncalli no conclave que o elegera, isso sem mencionar o facto de
que um concílio desta magnitude já fora pensado no pontificado de Pio
XII e quase convocado por ele.
Neste artigo não
pretendo descer aos pormenores do concílio como me aprofundar nas
influências de movimentos filosóficos e teológicos da modernidade,
ideias gnósticas, outras religiões e até ideologias. Pretendo apenas
expor os principais pontos da maneira mais enxuta e objetiva possível,
pois é um tema que gera muita confusão e discussão entre os católicos
atualmente. O Concílio Vaticano II foi um dos eventos mais marcantes do
Século XX, da história da Igreja e quiçá da história da humanidade. A
transformação que esse concílio proporcionou internamente na Igreja e na
sociedade civil é algo estrondoso.
Às vésperas do Concílio
Após o anúncio da convocação do concílio, em janeiro de 1959 a euforia
tomava conta de todo o mundo, tanto de católicos quanto de não
católicos. Com a popularização da televisão, do rádio e outros meios de
comunicação, não demorou muito para que a informação acerca da
convocação fosse disseminada por todos os cantos. A cúria romana
esperava um concílio aos moldes da Idade Média e que fosse dominado pelo
papa, ou seja, no mesmo estilo dos concílios ecumênicos de Latrão, nos
quais quase tudo o que os delegados tinham a fazer era aprovar uma
agenda papal preestabelecida. Já os bispos de todo o mund, e
aparentemente o próprio João XXIII, tinham outros planos para o
concílio.
Uma das questões que viria à tona neste concílio seria justamente a
relação do papa com a cúria e os bispos de todo o mundo em relação ao
governo da Igreja, o que incorreria em um erro gravíssimo contra a
doutrina católica posteriormente.
O Papa João XXIII disse na convocação do concílio que ele
representaria uma ruptura com o passado, isto é, podemos classificar os
concílios de Nicéia I ao Vaticano I em quatro categorias que especificam
e definem bem o que seria um concílio ecumênico. A primeira categoria
seria aqueles concílios cujo objetivo era reunificar a Igreja. A segunda
inclui o intuito de condenar heresias e formular melhor a doutrina
católica. A terceira se trata de abordar questões mais urgentes como
reagir a certos desafios como: um cisma, uma grande revolta
(protestantismo), grande crescimento de correntes filosóficas
anticatólicas (Voaticano I). E a quarta categoria estão aqueles concílios
que abordavam questões de reforma na Igreja, embora todos tivessem de
certo modo, reformado a Igreja.
Desde o primeiro momento, João XXIII havia classificado o Vaticano II
como "um concílio pastoral" que estava destinado a ser diferente dos
concílios gerais anteriores, pois ele não o havia convocado para fazer
frente a alguma ameaça específica ou para discutir um tema relativo à fé
e à moral, mas sim para promover "a iluminação, a edificação e a
alegria de todos os cristãos", que obviamente incluíam tanto o clero
quanto leigos.
João XXIII acreditava tanto nessa ideia que chegou ao ponto de dizer
que não havia mais heresias a serem condenadas. Isso acabaria atraindo
pessoas de outras denominações e seitas religiosas para o Vaticano II,
incluindo os hereges protestantes e os orientais cismáticos. Por volta
de abril e maio de 1959, João XXIII já falava sobre esse concílio como
um "novo Pentecostes" para uma "nova era".
Neste período de metade do Século XX o clero estava muito dividido
entre os bispos que se mantinham fiéis à Tradição e aqueles que, já
influenciados por ideias da modernidade, apoiavam veementemente um
concílio para "adaptar a Igreja aos tempos modernos". Entre esses bispos
de viés mais progressista, havia muitas sugestões enviadas a Roma para
serem tratadas no concílio, como: adaptar a Igreja à mentalidade da
época, introdução de diversas culturas distintas nos meios católicos e o
mais surpreendente de todos, renovação na liturgia, especialmente no
que se dizia respeito ao aumento da participação ativa dos leigos e do
emprego das línguas vernáculas.
O Modernismo
Embora a intenção deste artigo não seja se aprofundar em questões
filosóficas e teológicas da modernidade que influenciaram o concílio, é
indispensável citar o modernismo, que é algo que está no cerne de toda a
mentalidade conciliar.
Baseado nas filodoxias modernas do Imanentismo de Immanuel Kant e no
Idealismo de René Descartes, o modernismo em âmbito religioso defende
que a fé não é a adesão do intelecto humano às verdades reveladas por
Deus ao longo da história (como a Igreja sempre ensinou), mas sim um
sentimento relativo que difere em cada pessoa, e que portanto todas as
religiões são boas e verdadeiras se assim quer o indivíduo. Uma
consequência imediata disso é a ideia de que os dogmas evoluem, logo o
que era verdade há 100 anos atrás, deixou de ser hoje, portanto, não é o
homem que deve se converter ao ensinamentos de Nosso Senhor Jesus
Cristo, mas sim, a Igreja que deve se adaptar à mentalidade e às
ideologias de cada época, buscando assim, favorecer esse sentimento
religioso de cada homem.
Condenado por diversos papas desde Gregório XVI a Pio XII, o
modernismo foi mais bem explorado por São Pio X em sua encíclica Pascendi (1907).
Porém, infelizmente começou a ganhar mais forças a partir do
pontificado de Bento XV (1914-1922). Na época de Pio XII o Santo Padre
já estava cercado de víboras por todos os lados, a começar por seu
confessor, o Cardeal Augustin Bea, que fora responsável por um dos
documentos mais escandalosos do Vaticano II, a Nostra AEtate, que
tratava acerca da liberdade religiosa.
O pobre Eugenio Pacelli (Pio XII), apesar de seus esforços, não
conseguiu conter o avassalador avanço das ideias modernistas dentro da
Igreja, e após sua morte, era questão de tempo que houvesse alguma
estratégia por parte dos modernistas para promover suas ideias no seio
da Santa Igreja. Isso acabou acontecendo por meio de um concílio
ecumênico.
A abertura do concílio
Uma estranha onda de otimismo pairava no território vaticano às
vésperas do concílio, apesar de toda a crise já se manifestando na
Igreja, e com todas as grandes desgraças que o mundo vivia naquele
período como a expansão em massa do comunismo, 2°Guerra Mundial
encerrada recentemente e etc.
Mais uma vez, João XXIII surpreenderia a Igreja, ao se colocar
firmemente a favor de uma visão ainda mais abrangente do concílio. Em
seu discurso de abertura, em outubro de 1962, ele afirmou que o Vaticano
II deveria trazer a Igreja para o século XX e combater uma mentalidade
de que a Igreja era uma instituição que se encontrava sob ameaça, o que
acabara fazendo com que ela desse as costas ao mundo. De um modo ainda
mais direto, fez um alerta contra os "profetas de desgraças".
João XXIII ainda declarou: " Mas hoje, a Esposa de Cristo prefere
recorrer ao remédio da misericórdia, de preferência a brandir as armas
da severidade. Ela pensa que, de preferência a condenar, responde melhor
às necessidades de nossa época, colocando mais em destaque as riquezas
de sua doutrina. Claro, não faltam doutrinas e opiniões falsas, perigos
contra que se deve alertar e que se devem rejeitar; mas tudo isso é tão
manifestamente oposto aos princípios da honestidade e traz frutos tão
amargos, que hoje os homens parecem começar a condená-las por si
mesmos". Em suma, o papa acreditava que os erros desapareceriam por si
mesmos como "neblinas ao sol".
O Concílio Vaticano II durou quatro anos entre 1962 e 1965. João XXIII
viveu apenas apenas para presenciar o primeiro ano, pois faleceu em
junho de 1963,e o Cardeal Giovanni Battista Montini, Arcebispo de Milão,
foi eleito papa no mesmo ano, e escolheu o nome "Paulo VI". Os cardeais
reunidos no conclave que o escolheu certamente estavam bastante
preocupados com uma questão fundamental: qual seria a posição do próximo
papa em relação ao Vaticano II?. Paulo VI foi uma boa escolha na visão
dos modernistas, porque ele tinha a reputação de ser relativamente
progressista. Sem demora, ele deixou bem claro o seu desejo de que o
Vaticano II continuasse a seguir o mesmo rumo que já havia sido
estabelecido e até foi um pouco mais longe ao permitir que conselheiros
leigos também participassem do concílio.
Principais temas abordados
Como já fora esclarecido por João XXIII ao anunciar o concílio, tudo
se trataria de questões pastorais e não dogmáticas. Então, tudo estava
resumido à conduta que a Igreja deveria ter perante ao mundo moderno e
suas "necessidades".
-A Igreja e o mundo: Um dos documentos mais importantes do concílio é a "Gaudim et spes",
que trata da relação da Igreja com o mundo moderno. Esse documento
reconhece a "diversidade cultural" e os "avanços do mundo" nos últimos
tempos, e que a Igreja ao invés de ser aquela instituição "fechada"
deveria se abrir ao diálogo e romper com a ideia tradicional de
desprezar o mundo.
-O que é a Igreja?: A constituição "Lumem Gentium"
é um documento que defende uma clara ruptura com a concepção católica
tradicional de Igreja. Além de fazer uma confusão entre o corpo docente e
discente da Igreja, a Lumem Gentium também propõe uma ideia de
Igreja tolerante ao erros e trata as condenações feitas historicamente
pela Igreja como algo errôneo e arcaico. Ainda resta mencionar que esse
documento é o responsável por um dos maiores erros proclamados no
concílio no que tange a relação do papa com os bispos.
-Atuação dos leigos: O decreto "Apostolicam actuositatem"
ensina que, no mundo moderno, o apostolado de leigos havia se tornado
mais abrangente, mais importante e mais urgente, sobretudo no que dizia
respeito à participação de mulheres na Igreja. O Vaticano II reconhecia a
necessidade da adoção de novos métodos de ensino e aprendizado, mas
admitia que as conferências episcopais poderiam formular esses métodos e
adaptá-los às culturas locais.
-Liturgia e Sagradas Escrituras:
Além de inseridos em questões pedagógicas, o concílio incentivava o
aumento da participação dos leigos nas celebrações litúrgicas. A
constituição "Sacrossanctum Concilium" orientava a Igreja a fazer
os fiéis terem maior envolvimento e conhecimento da liturgia para
participarem das celebrações. Esse documento encorajava a introdução de
línguas vernáculas, elementos culturais e a diversidade de instrumentos
musicais acompanhando o órgão. Tudo isso nós veríamos poucos anos depois
sendo colocado em prática com a promulgação do Novus Ordo Missae de Paulo VI.
A constituição "Dei Verbum"
que tratava de questões relacionadas à revelação e a formação das
Sagradas Escrituras, esse documento defende que os católicos devem
empregar "métodos modernos" para estudar as escrituras, especialmente
por meio da investigação dos contextos históricos e literários em que se
inseriam os autores bíblicos, ou seja, qual era o objetivo, em que o
gênero escreviam, a que público se dirigiam e qual era o grau de
sensibilidade que prevalecia em sua época. O Vaticano II desejava que os
católicos explorassem as escrituras, encorajando traduções bíblicas em
suas línguas locais e sobretudo orientando o clero a manter seus
próprios conhecimentos sobre as escrituras "atualizados".
-Sacerdotes e Religiosos: O decreto "Optatam Totius"
dizia respeito à formação dos sacerdotes e orientava as conferências
episcopais a elaborar um novo programa de formação sacerdotal que
enfatizasse as peculiaridades e as adaptações regionais. Esse programa
teria de ser devocional, intelectual e pastoral e deveria empregar
métodos modernos de psicologia, sociologia e pedagogia no processo de
admissão de aspirantes ao sacerdócio e na formação e avaliação dos
seminaristas. Por meio de outro decreto chamado "Perfectae Caritatis",
o Vaticano II abordava a questão da renovação das ordens religiosas.
Esse decreto encorajava a reação das ordens masculinas e femininas às
necessidades e situações modernas.
-Católicos em relação às outras religiões: O decreto "Unitatis redintegratio"
que tratava da relação da Igreja com as seitas protestantes era uma das
maiores preocupações do concílio. Em oposição ao Concílio de Trento, o
Vaticano II por meio desse documento defendia que na rixa entre
católicos e protestantes os dois lados tinham razões para se queixar das
desavenças que ocorriam desde o século XVI. O decreto afirma que os
católicos e os protestantes compartilhavam uma herança em comum por meio
do cristianismo e defende que haja um diálogo entre eles e que rezem
juntos e atuem em conjunto para promover a "justiça social".
Na declaração "Nostra AEtate",
o concílio se refere a outras religiões de maneira distinta que a
Igreja Católica sempre se referiu. O documento usa termos favoráveis ao
islamismo, budismo e hinduísmo, além da grande peculiaridade no
tratamento com os judeus (aqui se refere aos judeus como aqueles que
praticam a lei mosaica, isto é, a religião judaica, e nada tem haver com
o povo judeu no que tange a etnia), os tratando como históricas vítimas e buscando os isentar do grande pecado do Deicídio.
As heresias proclamadas no Vaticano II
-Ecumenismo:
É uma ideia torpe que propõe a união de todas as "Igrejas cristãs" e
outras religiões visando uma espécie de fraternidade universal. De
facto, a Santa Igreja é caracterizada pela unidade, mas essa unidade não
é uma união abstrata de várias seitas e religiões diferentes, mas sim
uma unidade de fé, onde todos possuem o mesmo credo. O Ecumenismo é
proposto explicitamente no decreto "Unitatis Redintegratio", um dos mais escandalosos documentos do Vaticano II.
O Ecumenismo é algo absurdo que contraria dogmas consolidados da
Igreja como: fora da Igreja não há salvação e de que os povos devem se
converter à única e verdadeira Igreja de Nosso Senhor Jesus Cristo que é
a Igreja Católica. Essa ideia de unir várias religiões em uma unidade
abstrata já foi condenada diversas vezes pela Igreja. Uma dessas
condenações podemos encontrar na encíclica "Mortalium Animos" (1928) de Pio XI.
-Liberdade religiosa:
Esse princípio defende a tese de que o homem deve ter total liberdade
de escolher e professar a religião que lhe convém sem qualquer tipo de
restrição ou sanção de prestar culto publicamente. A declaração "Nostra AEtate" é a grande referência do Vaticano II no que tange esse assunto.
O princípio da liberdade religiosa é liberal e nada tem de católico,
essa ideia destrona Jesus Cristo e sua Igreja, a colocando em igual
nível às falsas religiões. Não preciso dizer que a liberdade religiosa
já foi condenada pela Igreja, sobretudo no século XIX, quando o
liberalismo estava em grande ascensão na Europa e no mundo todo. A
encíclica "Mirari Vos" (1832) não somente condena a liberdade de
religião e de culto, como também suas consequências lógicas como: Estado
laico, liberdade de imprensa e liberdade de expressão.
As falsas religiões, tal como a mentira e as ideologias, não tem
direito de existir, e tampouco de serem livres, esses males podem sim
ser tolerados em contextos específicos visando um bem maior ou se evitar
um mal maior, mas nunca podem ter direito a existência e a liberdade.
-Colegialidade:
A colegialidade episcopal é um princípio que contraria a natureza da
Igreja de Cristo. A hierarquia e governança da Santa Igreja, segundo a
Tradição nos diz que os bispos tem autoridade sobre sua diocese (e
somente sobre ela), enquanto que o Papa tem a jurisdição sobre toda a
Igreja Universal. A colegialidade lesa o exercício de autoridade da
Igreja. O Papa e os bispos são convidados a dirigir a Igreja em comum,
de modo colegiado. Encontramos esse tema em diversos textos do concílio,
mas se destaca principalmente na constituição "Lumem gentium".
A criação das chamadas "Conferências episcopais" é algo
intrinsicamente ligado ao princípio da colegialidade, visto que,
atualmente Roma não se atreve a interferir nas decisões dessas
conferências, mesmo que essas decisões sejam desobedientes a Santa Sé e
ao que a Igreja sempre ensinou. Nosso Senhor instituiu a Igreja com o
Papa e os bispos somente, logo, as conferências episcopais são algo
puramente humano e artificial e podemos facilmente chegar à conclusão de
que elas são nocivas à Igreja em todos os sentidos, pois confundem a
noção de hierarquia católica e estão constantemente, como prova a
realidade, ligadas a ideologias contrárias à doutrina da Igreja.
Algo notável que está por trás do princípio da colegialidade é de que
ele é influenciado fortemente por ideias da Revolução francesa de
democracia e igualdade que fora desenvolvida por Jean-Jacques Rosseau.
Ele que negava a existência de uma autoridade instituída por Deus e
atribuía o poder ao povo.
"Que
cada um se submeta às autoridades instituídas. Pois, não há nenhuma
autoridade que não venha de Deus. Tanto é assim que aquele que resiste à
autoridade rebela-se contra a ordem estabelecida por Deus" (Rm 13, 1-2).
A nova eclesiologia
Quando se fala de eclesiologia, isso remete a concepção do que seja a
Igreja na sua essência, e o Concílio Vaticano II distorce completamente a
concepção católica de Igreja e cria a sua própria.
Na constituição "Lumem gentium"
essa questão é bem explícita. O documento sugere definições e
características estranhas à Igreja Católica, usando termos como: Igreja
peregrina (implicitamente significando de que a Igreja está em constante
evolução), que ela é uma união de todo o gênero humano (novamente aqui
caímos no problema do ecumenismo e da relativização da religião
católica), isso acarreta em outra definição polêmica, a de que a Igreja
de Cristo subsiste na Igreja Católica, ora, todos sabem que a doutrina
tradicional nos diz que há uma só Igreja de Cristo e que essa Igreja é a
católica.
O problema da eclesiologia do Vaticano II é muito extensa e merece um
artigo somente dedicado a ele. Porém, vale a pena citar de que essa nova
eclesiologia, juntamente com as heresias proclamadas oficialmente pelo
concílio, trouxe consequências desastrosas para a Igreja, uma delas que é
muito evidente é o humanismo, isto é, a Igreja deixa de ser a esposa
imaculada de Cristo cujo papel neste mundo é a salvação das almas, para
uma mera instituição de filantropia e assistência social, ignorando
completamente o aspecto mais importante da vida humana (espiritual) e
focando apenas na parte material.
A crise pós-conciliar
Alguns
anos após o encerramento do concílio e suas consequências mais
imediatas como: apostasia geral dos países ocidentais, êxodo de milhares
de religiosos e sacerdotes, fechamento de inúmeros seminários e
conventos, subversão de princípios nos colégios católicos e etc. O papa
Paulo VI queixou-se publicamente em junho de 1972: "Por alguma brecha, a
fumaça de Satanás entrou no Templo de Deus".
De facto, a crise na Igreja já começara bem antes do Concílio Vaticano
II, desde o início do Século XIX os princípios modernistas já estavam
adentrando às "cabeças mitradas" e ao passar dos anos isso foi piorando
cada vez mais ao ponto de ser convocado um concílio dito "pastoral" para
proclamar oficialmente esses princípios anticatólicos.
Portanto, não há para onde correr, além de muita oração, o retorno à
Tradição na doutrina e na liturgia é a única via para superar esse
profundo período de trevas em que vivemos não somente na Igreja mas
também na sociedade civil.
Referências bibliográficas:
BELLITTO, Christopher M.; The General Councils: A history of the twenty-one Chruch Councils, 2002.
GAUDRON, Pe. Matthias (FSSPX); Catecismo católico da crise na Igreja, 2007.
LEFEBVRE, Mons. Marcel; Carta aberta aos católicos perplexos, 1984.
FEDELI, Orlando (Montfort); A Eclesiologia do Vaticano II, 2005.
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