terça-feira, 8 de novembro de 2022

Culpa da monotonia? Especialistas católicos abordam motivos reais para crise conjugal

Shakira no videoclipe de "Monotonia" 

 

POR DAVID RAMOS

 

Em meio ao sucesso mundial da música "Monotonía", da cantora colombiana Shakira e do porto-riquenho Ozuna, especialistas católicos refletem sobre as causas das crises e separações de casais.

“Monotonia” é o segundo single do próximo álbum de Shakira. Sua letra, em que se ouve "não foi culpa sua nem minha, foi culpa da monotonia", tem sido associada ao fim do relacionamento de 12 anos da cantora colombiana com o jogador de futebol espanhol Gerard Piqué.

O videoclipe da música foi lançado em 19 de outubro e em 24 horas ultrapassou 20 milhões de visualizações no YouTube.

Até o momento, tem cerca de 91 milhões de visualizações no YouTube e lidera as paradas de serviços de música na América Latina.

Para a psicóloga Paola Meneses, “dizer que um relacionamento terminou por 'monotonia' é apenas uma forma de ver as coisas”.

Nesta situação, disse à ACI Prensa, “não se assume a responsabilidade” para que uma relação “se desenvolva de forma saudável e madura”.

Meneses, que está cursando "Psicoterapia de Reconciliação" no Centro Areté, explicou que "as relações afetivas estão imersas em inúmeras situações que, se não forem trabalhadas no dia a dia, podem gerar desgastes e cargas emocionais".

Essas acusações, ele alertou, "se acumulam" e "levam à ruptura".

Por sua vez, a psicóloga Erika Rojas ressaltou que é importante conhecer as "expectativas ao iniciar um relacionamento" .

“Por exemplo, se isso é algo que estou ansioso: quero que o outro me faça feliz? Quanto tempo vai funcionar, desde que eu me sinta bem? Serei capaz de fazer o outro mudar seu jeito de ser?”, disse Rojas, certificada em “Psicoterapia de Reconciliação” no Centro Areté.

"Estas e muitas outras são as ideias que tenho quando passo pelo campo das relações sentimentais, mas nem todas essas crenças são válidas no momento da verdade", alertou.

"Carregamos a tarefa de nos fazer felizes no outro, mas a realidade é que isso não é verdade, o casal não tem o poder de nos fazer felizes ou infelizes", sublinhou.

Rojas destacou que "o que se recomenda é assumir a responsabilidade de dar sentido à própria vida e, assim, comprometer-se, em liberdade, com aquele com quem se escolheu viver juntos".

Ambos concordaram que “a falta de comunicação, a não assertividade, não validar sentimentos e não expressar emoções, nem a dor que cada um dentro do casal tem, são sinais de que não se estabeleceu o nível de confiança necessário. relacionamento a termo requer.”

“Da mesma forma, essa falta de comunicação leva a assumir uma atitude passiva em relação aos problemas, permitindo que eles aumentem, criando uma maior distância emocional do casal”, apontaram.

Erika Rojas explicou que diante de uma crise de casal “começar a avaliação procurando a culpa é uma atitude que não contribui para o relacionamento”.

É mais saudável e mais recomendável que cada parte assuma com responsabilidade e compromisso a sua parte no vínculo que se estabelece, o que significa que a importância da comunicação volta a ser enfatizada”, indicou.

Rojas ressaltou a importância de "manter vivas as memórias, os detalhes, comemorar datas importantes, relembrar o que me fez apaixonar pelo outro".

"O alimento da vida a dois é o amor, e só alimentando essa fonte todos os dias é possível manter acesa a chama que une, que acompanha, que sustenta, que acolhe, que espera acesa", disse.

Paola Meneses Tamayo indicou que "entender o significado do amor como casal acaba sendo outra base prioritária para um relacionamento".

“O amor, além de ser um sentimento, implica uma decisão pessoal e que junto com o casal é cultivada diariamente, para evitar relações tóxicas, insalubres que geram dependência emocional com o casal”, ressaltou.

Meneses Tamayo alertou que "num relacionamento onde tudo é dado, mas por outro lado não há reciprocidade, pode representar uma dependência emocional".

"É por isso que começar um relacionamento sem antes curar as feridas afetivas leva a buscar relacionamentos de dependência que preencham essas lacunas, mas que acabam por resultar em relacionamentos instáveis, com infidelidades, sem amor próprio e egoísmo."

Os psicólogos católicos enfatizaram que “o amor começa quando se é capaz de transcender o eu e passar para o nós. É preciso encontrar o equilíbrio perfeito entre não deixar de ser eu, mas abrir mão do que em mim não contribui para um projeto juntos”.

José Manuel Menegazzo, diretor executivo do Instituto Juntos pela Vida (JUVID), concordou com a importância do “compromisso de ambos”.

Unir “diferentes histórias, cultura, família, ideias e projetos pode ser uma tarefa titânica”, disse.

“Sem boa comunicação, sem capacidade de lidar com as mudanças da vida e sem compromisso, mais cedo ou mais tarde, a monotonia chegará ao casal e, como diz a música: do que era, não sobrará nada e o que um dia Foi incrível, vai virar rotina”.

Menegazzo, que está cursando mestrado em Teologia do Corpo, também expressou que "o melhor antídoto para a monotonia" é "o próprio amor de Cristo!" 

“Um casal que tenta progredir com suas próprias forças não é o mesmo que permiti que Cristo seja o centro da relação”, assegurou, porque “quando se reconhece o amor de Cristo por si mesmo e pelo casal, descobre-se nele e obriga a querer sempre amar mais e melhor, amar com aquele amor incondicional com que Ele nos ama”.

 

Fonte - aciprensa 

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