Por David Ramos
O P. Eduardo Hayen Cuarón, diretor do semanário Presencia da diocese de Ciudad Juárez (México), respondeu à preocupação sobre o que acontece à alma das pessoas que sofrem da doença de Alzheimer.
Num artigo intitulado “No limiar do além”, o P. Hayen Cuarón sublinhou que “dói ver que um ente querido começa a perder os traços de personalidade que tanto amamos, como a simpatia, o serviço , bom humor, gentileza, conhecimento, diálogo e tantos outros que fazem dela uma pessoa única no mundo”.
“Podemos até chegar a acreditar que não é mais a mesma pessoa e que é outro ser diferente; 'não é mais ele', costumam dizer os familiares”, continuou.
O padre mexicano enfatizou que “encontrar pessoas com faculdades físicas e mentais seriamente diminuídas deve inspirar a nós, como cristãos, um profundo respeito pela obra de Deus nelas”.
“Enquanto para o mundo superficial a pessoa só vale por sua produtividade ou beleza, os cristãos que sabem ver além das aparências, descobrem nos doentes terminais filhos amados de Deus com quem o Senhor quer compartilhar sua própria vida divina. A sua vida é um bem precioso ao qual o amor do Pai dá sentido e valor”.
O que é a doença de Alzheimer?
MedlinePlus, o serviço de informações on-line da Biblioteca Nacional de Medicina dos EUA, explica que "a doença de Alzheimer é a forma mais comum de demência entre os idosos".
“A demência é um distúrbio cerebral que afeta gravemente a capacidade de uma pessoa realizar atividades diárias”, acrescenta.
Depois de indicar que “o Alzheimer começa devagar. Afeta primeiro as partes do cérebro que controlam o pensamento, a memória e a linguagem”, MedlinePlus observa que “com o tempo, os sintomas de Alzheimer pioram” e “as pessoas podem não reconhecer seus parentes”.
A doença de Alzheimer, acrescenta, “geralmente começa depois dos 60 anos. O risco aumenta à medida que a pessoa envelhece.”
“Nenhum tratamento pode parar a doença. No entanto, alguns medicamentos podem ajudar a evitar que os sintomas piorem por um tempo limitado ”, explica.
“A pessoa continua a mesma”
O padre Hayen Cuarón indicou em seu artigo que “a pessoa humana é um ser físico e espiritual ao mesmo tempo". Quando surge uma doença que afeta o cérebro, a parte espiritual da pessoa, ou seja, sua inteligência, pode ser afetada para se expressar.
“Sabemos que o cérebro e a inteligência não se identificam, não são a mesma coisa. O espírito é superior à matéria e dela não pode provir”, especificou.
“Por ser imaterial e por ser capaz de produzir pensamentos abstratos, a inteligência ou alma espiritual do homem é superior ao seu cérebro, embora atue em colaboração com ele”, acrescentou.
O padre observou que "se o cérebro adoece devido a um processo natural ou a um golpe forte, a pessoa permanece a mesma, - a alma espiritual continua a manter vivas as funções do corpo - embora não possa desenvolver suas faculdades mentais".
Em seguida, o padre Hayen Cuarón destacou que "chegará o dia, talvez, em que nos levarão aonde não queremos, nos estenderão os braços e nos vestirão, segundo as palavras de Jesus a Pedro".
"O tempo terá desgastado e nos tornaremos parte daquele grupo de cegos, coxos, leprosos, surdos ou aleijados que precisarão de uma cadeira de rodas e oxigênio suplementar", disse ele.
«Nestas circunstâncias a nossa vida conservará todo o seu valor, e nessa existência diminuída também teremos de nos alegrar porque o Messias veio para aquele povo», sublinhou.
Ao final de seu artigo, o sacerdote mexicano exortou a manter “a fé firme em Jesus Cristo e quando virmos nossas vidas parecerem abandonadas na escuridão da noite, saibamos que Ele cuida de nós com amor”.
“Por isso vamos aguardar com expectativa o dia que se anuncia e que não terá fim”, concluiu.
Fonte - aciprensa
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