sexta-feira, 4 de agosto de 2023

Jesuítas de estrita observância!

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Se referimos a tentativa da fundação de uma província autônoma de jesuítas espanhóis de antiga observância no final da década de 60, que poderia ter mudado e revertido a situação da atual ordem inaciana.

Essa tentativa de um valoroso grupo de jesuítas espanhóis, denominados pejorativamente "inacianos" pelos seus co-irmãos (não tão inacianos assim), foi resultante da latejante crise instalada na Companhia de Jesus poucos anos após a realização de seu capítulo geral em 1965-66, devido a vários fatores, muito deles com início mesmo antes do Concílio.

O modernismo teológico, a influência de Rahner, Chardin, entre outros, a debilidade de governo do Padre Arrupe (que como Paulo VI qualificou: era cheio de predicados mas fraco para governar), a infiltração de elementos marxistas, posteriormente a teologia da libertação só minaram a identidade e a espiritualidade de insigne ordem.

Ao ver grave crise, esse grupo planteava viver o que sempre viveram, sem assim precisar sair da Companhia, tal iniciativa contou com apoio da maioria do episcopado espanhol que em 1969 numa plenária de votos foi favorável a criação de uma província autônoma com noviciado, casas de formação, estruturas e obras próprias conforme o espírito de Santo Inácio, também com o apoio da cúria romana e do próprio Paulo VI que sempre viu com preocupação a degradação dos jesuítas e sua falta de governo.

A vitória era certeira, mais da metade dos jesuítas (que ainda eram fiéis) passaria para a nova província autônoma, o que em poucas décadas, seriam maioria no reino da Espanha, e com sua influência teriam dado início a uma salutar reforma da ordem.

Em 1970, Padre Arrupe vendo a derrota, se viu obrigado ir a Espanha ajustar os preparativos, a ala progressista dos jesuítas na Espanha tentou uma última cartada: o Cardeal Vicente Tarancón, arcebispo primaz da Espanha. O prelado para convencer a Arrupe, e consequentemente o Papa e a cúria, usou o argumento: "Se a Companhia de Jesus se divide, acontecerá também com toda a Igreja da Espanha."

E com esse artifício a reforma jesuíta foi sabotada, os inacianos dispersos, muitos foram perseguidos e humilhados pelos seus confrades, mas permanecendo fiéis a Santo Inácio e a Companhia, deixando um belo testemunho de vida e de obras.

A crise se agravou, ao ponto que nem o pontificado dos papas subsequentes, a intervenção de João Paulo II e a eleição de um jesuíta para Sé de São Pedro estancaram a hemorragia que sofre insigne ordem, que em 1966 contava com 36 mil membros e hoje pouco mais de 14 mil jesuítas.

Que Santo Inácio de Loyola interceda pela Igreja, especialmente pela restauração da ordem jesuíta, para maior glória de Deus e a salvação das almas.

 

Do AdSacram (instagram)

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