Os comentários na praça enquanto as imagens do Papa fluíam nos telões. Os testemunhos de leigos, religiosos, peregrinos do Jubileu: a emoção de quem esperou e rezou para que o Pontífice voltasse para casa.
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A multidão na Praça São Pedro vê o Papa no Gemelli através dos telões (VATICAN MEDIA Divisione Foto) |
Por Lorena Leonardi
Uma grande emoção percorreu a Praça São Pedro. Muitos se entregaram à comoção e choraram, centenas seguravam seus celulares para registrar as imagens em vídeo, uma explosão de felicidade após 38 dias de expectativa e esperança.
A praça "reunida"
O Papa Francisco estava lá, mesmo que através dos telões da Praça São Pedro, mas ele estava lá. Quando os telões começaram a transmitir o que estava acontecendo na praça do Hospital Gemelli, os fiéis lentamente começaram a se reunir para ver e ouvir o Papa mais perto. Muitos esperavam até o fim que, em vez de uma pequena sacada do hospital, Francisco aparecesse da penúltima janela no terceiro andar da Residência Apostólica, para comemorar o retorno total à normalidade. Para acontecer isso levará tempo, mas a ocasião foi propícia para aproveitar o momento presente, o de um Pontífice em recuperação, que saudou e abençoou os fiéis, e estava prestes a retornar à Casa Santa Marta.
Uma espera finalmente cumprida
“Hoje, se realiza um desejo que há muito tempo carregamos em nossos corações”, disse pe. Natale Centineo, que chegou de Partinico, na província de Palermo, em peregrinação da Sicília: “Temíamos muito pela saúde do Papa, rezamos incessantemente, organizamos vigílias, celebrações eucarísticas e momentos de adoração. O Senhor”, continuou, “ouviu realmente o grito da Igreja universal, que se uniu de todos os cantos do mundo para pedir juntos sua cura”. E agora, este domingo vivido com “uma alegria imensa no coração”, concluiu o sacerdote siciliano, torna o dia do Senhor “particularmente especial, com uma expectativa que finalmente se realizou”.
Com o coração cheio de esperança
Francesco Pozzuoli, um líder escoteiro de 46 anos, acompanha um grande grupo de adolescentes de Caserta: “Sentimos falta de ver o Papa da janela, mas estamos cheios de alegria sabendo que hoje ele finalmente está recebendo alta do hospital. O Papa Francisco é único e irrepetível. Estamos muito felizes e esperamos com o coração cheio de esperança que ele volte para casa e esteja entre nós novamente”.
A sra. Orestina Gerbotto, em peregrinação diocesana da cidade de Cuneo, espera “uma mensagem que dê força”: “Se o Papa estivesse na minha frente, eu lhe agradeceria por tudo o que ele fez, porque talvez ele seja o único que realmente acredita na paz. Desejamos a ele boa saúde e que continue a nos guiar com sua força e humildade”, disse ela.
Uma bela conclusão
Silvia Labarile, que está em Roma há alguns dias com o oratório salesiano de Gênova, não esperava “uma surpresa tão grande”: 150 crianças, professores e sacerdotes, todos usando lenços amarelos, entre os primeiros a se levantar e correr para o telão mais próximo quando se espalhou pela praça a notícia de que o Papa estava prestes a se mostrar do Gemelli, “a melhor maneira”, enfatizou Silvia, “de concluir nossa peregrinação”.
As maravilhas do Espírito Santo
A irmã Annalisa Colli, das Mínimas Franciscanas do Sagrado Coração, falou de um “dia extraordinário”, cercada por suas irmãs provenientes do mundo inteiro, todas comovidas por Francisco: “Nós o acompanhamos com a oração, assim como a grande maioria dos cristãos no mundo. É uma emoção profunda, uma alegria imensa e também uma surpresa. O Espírito Santo sempre sabe nos dar essas maravilhas, e a imagem de hoje permanecerá em nossos corações.” Num diálogo ideal com o Papa, a irmã Annalisa agradeceu a ele "por seu ensinamento sempre cheio de luz. A cada dia ele nos impulsiona a viver com mais amor e compromisso, graças a tudo o que ele nos transmite com suas palavras e seu exemplo".
Angela Celozzi de Turim diz que “é lindo ver o Papa Francisco vivo” e promete “continuar rezando por sua saúde, porque não podemos perder o Papa Francisco. Não, não podemos. Ele é muito importante para todos nós.”
As "boas-vindas" dos vizinhos
Os telões se apagaram e foi dado o anúncio do Terço vespertino rezado todas as noites desde 24 de fevereiro. A multidão se dispersou lentamente. Os jornalistas se apressaram e o Papa Francisco era esperado no Vaticano, em seu retorno a casa. Após uma curta espera devido a uma parada não programada em frente à Basílica de Santa Maria Maior, o Fiat 500 branco aparece na entrada do Perugino. O Papa estava sentado na frente. Foi possível vê-lo bem quando o carro parou na metade da Via della Stazione Vaticana: alguns moradores dos prédios em frente saíram para a rua para dar a Francisco as "boas-vindas".
“Era o mínimo que podíamos fazer, sentimos muita falta dele ultimamente”, disse Stefania, com seu cachorro branco na coleira, que segundo ela, Francisco conhece. “O mundo realmente precisa de um Papa como este. Ele é uma pessoa especial.” Agora que está em programa a convalescência na Santa Marta, sua “vizinha” Stefania espera que “todos continuem rezando para que ele se recupere bem, o mais rápido possível”.
Fonte - vaticannews
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